Áreas de refúgio são fundamentais para o manejo de pragas resistentes
Planeje o refúgio estruturado em mais de 20% das áreas cultivadas com soja e algodão e em pelo menos 10% das áreas de milho
Em 1998, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a primeira variedade de soja transgênica para cultivo no Brasil. De lá para cá, a adoção de organismos geneticamente modificados (OGM) revolucionou a agricultura. Com alta tecnologia, as sementes transgênicas favorecem a produção porque trazem características como a tolerância ou resistência ao ataque de insetos, por exemplo.
Um dos destaques em biotecnologia foi a introdução de genes da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), que fazem com que a planta expresse uma característica inseticida capaz de combater pragas. Isso permitiu avanços consideráveis no manejo de grãos, colaborando para o aumento de produtividade. Não à toa, as culturas transgênicas representaram 92,3% da área plantada com soja, 94% da área de algodão, 86,7% da área de milho safrinha e 74,7% da área de milho verão em 2017, segundo dados divulgados pela associação Croplife Brasil.
Benefícios da biotecnologia e desafios
Como exemplo, vamos imaginar o caso de um produtor que investiu em sementes de soja BT. Ao plantar essas sementes transgênicas, a planta vai se desenvolver com a característica genética BT, expressando o gene da bactéria Bacillus thuringiensis que tem uma ação inseticida. Dessa forma, quando pragas como a lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) forem se alimentar das folhas dessa planta de soja, ali estará presente um inseticida natural que vai impactar no organismo do inseto, atuando no controle da infestação. Com isso, a biotecnologia adotada pelo produtor reduzirá danos causados pelas pragas e pode elevar o potencial de produtividade da lavoura.
Contudo, as pragas não são um problema imutável. Ao longo do tempo, com a reprodução desses insetos e uso contínuo da biotecnologia, pragas “mais fortes” sobrevivem. Esse processo, que chamamos de “seleção natural”, é uma ameaça para a agricultura e para a biotecnologia. A seleção de insetos resistentes desafia a eficácia da tecnologia bt.
Embora a seleção natural seja inevitável em algum momento, é possível retardar esse processo indesejável. Quanto mais o produtor investir em boas práticas agrícolas, maior será o prazo para se beneficiar das tecnologias agrícolas. É por essa razão que existe uma unanimidade entre os especialistas ao recomendar a adoção de refúgio. Trata-se de uma prática preventiva, que tem como objetivo desacelerar o aumento da população de pragas resistentes e, dessa forma, promover uma maior longevidade das tecnologias Bt.
Invista em áreas de refúgio
A adoção de áreas de refúgio estruturado consiste em reservar áreas da fazenda para plantar sementes convencionais (não transgênicas) ou sementes que não possuam o gene Bt. Com isso, uma lagarta resistente que se desenvolver na lavoura transgênica poderá se locomover até a áreas de refúgio e acasalar com uma lagarta suscetível. Dessa forma, o descendente desse cruzamento será um inseto vulnerável à toxina Bt, mantendo a funcionalidade da biotecnologia.
Por outro lado, quando o agricultor não investe em área de refúgio, as lagartas resistentes se reproduzem e o problema avança ainda mais na geração seguinte de pragas. A pressão de pragas resistentes aumenta, prejudicando a eficiência da tecnologia Bt. Portanto, o refúgio é uma técnica de Manejo da Resistência de Insetos (MRI) essencial.
Planeje o refúgio
O produtor precisa planejar o plantio da área de refúgio quando for escolher as variedades de sementes e decidir qual será a configuração especial do refúgio estruturado, podendo ser plantado em faixas ou blocos, em alternância com as áreas cultivadas com plantas Bt. A recomendação é que a distância entre essas áreas seja de no máximo 800 metros, para que os insetos consigam se locomover entre elas. Criar uma área de refúgio isolada em um talhão da fazenda não traria os benefícios desejados.
A recomendação é que o agricultor adote o refúgio em mais de 20% da área cultivada com soja ou algodão e em pelo menos 10% da área cultivada com milho. Para um eficiente Manejo da Resistência de Insetos (MRI), o agricultor pode adotar outras estratégias, como o tratamento de sementes, monitoramento para a identificação correta das espécies de pragas e níveis de infestação e uso de inseticidas com diferentes modos de ação. A adoção de áreas de refúgio estruturado e de boas práticas agrícolas colaboram para preservar a longevidade do uso dos transgênicos.
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Referências:
MAIA, A. de H. N.; NARCISO, M. G.; DOURADO NETO, D. Sistema para avaliação de risco de resistência de insetos a toxinas Bt expressas em culturas transgênicas. Embrapa Meio Ambiente – Artigo em anais de congresso (ALICE). Disponível em: <http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1083582>, acesso em: 10/11/2020.
MIRANDA, J. E.; MENDES, S. M.; HIROSE, E. Refúgio como estratégia de manejo da resistência. Embrapa Algodão – Artigo em periódico indexado (ALICE). Disponível em: <http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1080705>, acesso em: 10/11/2020.
Alimentos transgênicos: estudo mostra que produção beneficia a agricultura e meio ambiente. Croplife Brasil. Disponível em: <http://croplifebrasil.org/noticias/alimentos-transgenicos-estudo-mostra-que-producao-beneficia-a-agricultura-e-meio-ambiente/>, acesso em: 11/11/2020.
20 anos de transgênicos: benefícios ambientais, econômicos e sociais no Brasil. Croplife Brasil. Disponível em: <https://croplife.storage.googleapis.com/1/2019/10/Vinte-anos-transgenicos.pdf>, acesso em: 11/11/2020.
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