“Plantar no limpo” é fundamental para preservar o potencial produtivo da lavoura
“Plantar no limpo” é uma expressão muito conhecida e valorizada no campo. Porém, nem sempre os produtores conseguem esse feito, em razão do acelerado aumento das infestações com plantas daninhas e maior complexidade do manejo, desafiado cada vez mais pela presença de invasoras tolerantes e resistentes aos herbicidas. Por isso, é preciso adotar estratégias inteligentes para aperfeiçoar o manejo a cada safra e priorizar os cuidados para que seja possível, de fato, “plantar no limpo”.

O que é “Plantar no limpo”
Essa prática consiste em garantir que a área esteja livre de plantas invasoras no momento do plantio, favorecendo o bom desenvolvimento inicial das culturas, segundo Francisco Ribeiro, agrônomo de desenvolvimento de mercados da Sumitomo Chemical na região Oeste da Bahia.
“Plantar no limpo é importante para manter o potencial produtivo da cultura de interesse. Isso é válido para qualquer sistema produtivo, com culturas anuais ou perenes”, diz ele.
Além de preservar o potencial produtivo, a ausência de plantas daninhas favorece a qualidade da operação de semeadura.
“Plantar no limpo ajuda a melhorar a plantabilidade. Sem plantas daninhas na área, a semeadora consegue plantar com a profundidade correta, então não vai ficar semente descoberta. Ao contrário disso, quando existe cobertura verde na área, a semeadora não consegue cortar a massa verde adequadamente. Pode ocorrer o envelopamento, a semente não terá contato adequado com o solo e o produtor começa a ter falhas de plantio”, afirma Ribeiro.

A matocompetição causa muitos prejuízos
A meta de “plantar no limpo” é importante para evitar os efeitos nocivos das infestações de invasoras. A principal interferência das plantas daninhas na área ocorre por matocompetição, que é a ação direta da invasora contra a cultura comercial na disputa por recursos naturais do meio. Ou seja, a planta daninha compete por água, luz, nutrientes e espaço físico.
“O nível de competição e de dano vai depender das espécies invasoras presentes na área. Se for uma espécie que cresce rápido, a planta daninha vai competir mais rapidamente e com um nível de dano relativamente maior. O momento de germinação e infestação da planta daninha em relação à cultura também determina os potenciais danos. Se, antes de semear, já houver plantas daninhas instaladas há mais tempo na área, a matocompetição será ainda pior”, explica Rafael Mendes, agrônomo de desenvolvimento de mercados da Sumitomo Chemical no Paraná e Mato Grosso do Sul.
Essa competição precoce é especialmente prejudicial em culturas anuais como soja, milho, algodão e trigo, podendo causar estiolamento, perda de energia da planta comercial e redução do rendimento. De acordo com Mendes, a germinação de plantas daninhas provoca uma mudança no espectro luminoso que a cultura recebe na área e isso causa mudanças no comportamento dos cultivos comerciais.
“A matocompetição inicial é muito preocupante porque a planta pode estiolar. Essa é uma resposta fisiológica que ocorre quando a planta entende que precisa competir por luz e há um crescimento excessivo do caule. Esse crescimento do caule representa um gasto energético a mais para a planta e consequente perda de produtividade”, diz Mendes.

Dessecação pré-plantio é indispensável
Para mitigar os danos da matocompetição e plantar no limpo, é recomendável que o produtor invista nos benefícios da aplicação de herbicidas. Antes de semear qualquer cultura, é fundamental realizar uma boa operação de dessecação pré-plantio. Essa prática visa eliminar a cobertura verde existente na área e evitar que as plantas daninhas emergidas durante a entressafra prejudiquem a cultura que será semeada.
Esse cuidado é muito relevante em áreas de pousio. Após a colheita da soja e durante o vazio sanitário da oleaginosa, as infestações podem se alastrar, especialmente com a disseminação de espécies de plantas daninhas como buva (Conyza bonariensis), trapoeraba (Commelina benghalensis) e pé-de-galinha (Eleusine indica). Após a colheita do milho safrinha, a mesma situação se repete. Ainda que a presença da palhada forneça uma cobertura de solo capaz de mitigar a emergência de sementes de plantas daninhas, as infestações tendem a ocorrer.
Dessa forma, a dessecação pré-plantio é uma técnica sempre recomendada por especialistas. A escolha do herbicida dessecante deve considerar o espectro de controle, de acordo com as espécies de plantas daninhas presentes na área e possíveis casos de resistência ou tolerância registrados no histórico do talhão. A dessecação deve ser bem planejada e, a depender do nível de infestação na área, pode exigir mais de uma aplicação, respeitando o intervalo entre aplicações (15 a 20 dias) e o calendário de plantio da safra.

Herbicidas pré-emergentes garantem múltiplos benefícios
Após a dessecação pré-plantio, o uso de herbicidas pré-emergentes é essencial para impedir a emergência de novas plantas daninhas. Especialistas recomendam a técnica aplique e plante. Ou seja, pulverizar o pré-emergente no mesmo dia da semeadura da safra. Esses produtos agem no solo, controlando o banco de sementes de plantas daninhas.
“No solo, existe uma grande diversidade de sementes de daninhas. Por isso, é importante escolher uma boa ferramenta pré-emergente que ofereça modos de ação distintos e amplo espectro de controle para que o manejo seja efetivo. Além disso, o produtor precisa avaliar as condições de aplicação porque boa parte dos herbicidas precisam de umidade no solo e alguns são fotodegradáveis no meio. É preciso aplicar o pré-emergente em horário e condições adequadas para que o produto chegue no solo sem falhas operacionais”, orienta Ribeiro.
O tempo de ação do pré-emergente deve ser compatível com o ciclo da cultura, então o produtor deve escolher o pré-emergente mais adequado de acordo com a safra. Na soja, por exemplo, o fechamento da entrelinha ocorre em cerca de 40 a 45 dias, exigindo um residual mínimo de 35 dias. Na cana-de-açúcar, esse fechamento pode levar até 120 dias, exigindo residuais mais longos.
O engenheiro agrônomo Rafael Mendes complementa, explicando os múltiplos benefícios do uso adequado dos pré-emergentes: “Há um consenso de que usar o pré-emergente traz tantos benefícios que, mesmo em áreas com baixa infestação, é recomendado fazer a aplicação. Essa é uma medida de prevenção de resistência na área com três benefícios: evitar a matocompetição inicial, ajudar a controlar espécies problemáticas e o pré-emergente ainda vai ser uma ferramenta para auxiliar o manejo de aplicação de pós-emergência”, diz Mendes.

Resistência e manejo integrado
A resistência de plantas daninhas se tornou um dos maiores desafios para o manejo atualmente. A matocompetição, quando é agravada pela resistência, provoca danos preocupantes que comprometem o desenvolvimento da cultura ao longo de toda a safra. Para controlar esse problema, Ribeiro recomenda um manejo técnico e preciso.
“É importante fazer o manejo de resistência, adotando ferramentas como pré-emergentes com bom residual para reduzir indivíduos resistentes de espécies como o pé-de-galinha, vassourinha-de-botão, caruru e trapoeraba. Além de diminuir a quantidade de indivíduos resistentes no meio, o manejo dá condições para que a cultura se estabeleça de forma saudável. Naturalmente, se não tem competição durante o estabelecimento da cultura, isso se reflete em melhor produtividade”, afirma Ribeiro.
Além disso, é preciso considerar o rápido potencial de disseminação das infestações, já que as sementes de plantas daninhas podem ser disseminadas pela ação do vento, com a ajuda de aves e até mesmo por meio do tráfego de máquinas agrícolas. Dessa forma, o manejo requer cuidados redobrados, inclusive com o aumento da frequência de limpeza das máquinas entre talhões.
“O manejo deve envolver operações integradas. Em conjunto com o controle químico, é recomendável que o produtor faça rotação de culturas e uma boa limpeza de máquinas agrícolas para evitar a disseminação de sementes de plantas daninhas e entrada de invasoras em outros talhões”, reforça Mendes.
Culturas e sistemas produtivos
O manejo eficiente de plantas daninhas, por meio da dessecação pré-plantio e adoção de pré-emergentes, proporciona o melhor cenário para o bom arranque inicial das culturas, reduzindo danos causados pela matocompetição e resistência de plantas daninhas.
O conceito de “plantar no limpo” é válido para qualquer cultura, inclusive em sistemas irrigados ou áreas de cultivo intensivo. Para todas as situações, uma dessecação bem feita é essencial. Por exemplo, recomenda-se a dessecação pré-plantio e a adoção correta de herbicidas pré-emergentes para áreas de soja cultivadas após a safra de trigo ou nabo forrageiro e para sistemas de cultivo que tenham arroz, feijão ou algodão, culturas que têm alto valor econômico e exigem um controle eficiente de plantas daninhas para reduzir danos desde o início de cada safra.
Nas culturas perenes, como a cana-de-açúcar, o plantio no limpo envolve o preparo de solo e o uso de pré-emergentes com maior residual, com o mesmo objetivo final: garantir uma área limpa que esteja livre das infestações de plantas daninhas, permitindo assim que a cultura possa se estabelecer plenamente com o seu máximo potencial produtivo.
Nos momentos em que não for possível manter culturas em sucessão, é recomendável que o produtor tente manter o solo coberto com palhada ou culturas de cobertura nas áreas de pousio. Essa estratégia pode mitigar a emergência das sementes de plantas daninhas presentes no solo.
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