Sojicultores estão prestes a consolidar safra recorde

Os produtores brasileiros poderão comemorar em breve os resultados de mais uma safra recorde. A sojicultura está se destacando na temporada 2020/21, com condições favoráveis para o cultivo da oleaginosa e fatores de mercado que proporcionam melhor rentabilidade.

“A combinação de preços altos de soja internacionalmente e câmbio acima de R$ 5,10 tem trazido uma rentabilidade excelente em reais. Os fundamentos de demanda estão estimulando a agricultura, principalmente a soja. A China, que é o grande mercado importador da soja e derivados, tem demandado bastante”, analisa Marcelo Hadimu Habe, diretor de marketing da divisão de agronegócios da Sumitomo Chemical no Brasil.

A conjuntura atual resulta em uma safra de boas notícias. Estimulado por preços da soja que oscilam em torno de R$ 150 a saca, o agricultor se sentiu confiante para investir na cultura. O cultivo de soja avançou no país, com expansão de 3,4% da área plantada, totalizando 38,2 milhões de hectares, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em janeiro.

As perspectivas de colheita surpreendem ainda mais, com previsão de produção recorde de 133,7 milhões de toneladas de soja, o que representa um incremento de 7,1% em relação à safra anterior. “O aumento de área plantada representa uma grande oportunidade para toda a indústria do agronegócio porque também movimenta mais insumos e serviços, que obviamente impactam positivamente na economia brasileira”, afirma o diretor.

Produtividade crescente

De acordo com Habe, a perspectiva animadora se deve especialmente aos consecutivos avanços de produtividade. Embora a produtividade média brasileira fique em torno de 52 a 53 sacas de soja por hectare, há casos de produtores de sucesso que inspiram melhores práticas no campo. “Com o uso de novas variedades e utilização de novas tecnologias de proteção de cultivos, a produtividade tem aumentado consistentemente a cada ano”, diz ele.

Um retrato disso é o concurso Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, realizado pelo Comitê Soja Brasil (Cesb), que já revelou histórias de sojicultores colhendo quase 150 sacas por hectare. “Temos que tirar o chapéu para o agricultor brasileiro por ser muito competitivo e eficiente”, afirma Habe, que também atua como vice-presidente do Cesb.

O avanço de produtividade é crucial para a sustentabilidade do agronegócio. Isso representa explorar ao máximo o potencial produtivo, colher mais por talhão, com a vantagem de poupar recursos naturais, minimizando também a necessidade de abertura de novas áreas de cultivo. No fim das contas, o aumento de produtividade é bom para a natureza e para o bolso do agricultor.

Pensando nesse propósito, a tecnologia é a principal aliada do produtor que deseja conquistar bons resultados no campo. “No caso da Sumitomo, temos trabalhado com uma linha de bioracionais muito forte que estimula o aumento de produtividade”, conta Habe. Essa linha é composta por inseticidas biológicos e reguladores de crescimento vegetal, por exemplo, tecnologias que trazem alternativas para as estratégias de manejo do produtor, colaborando para uma visão mais sustentável.

Condições de safra

O agronegócio brasileiro está sendo influenciado pelo La Niña, fenômeno climático que geralmente provoca clima mais seco no Centro-Oeste, Sudeste e Sul, enquanto deixa as regiões Norte e Nordeste mais chuvosas. Por essa razão, o início da safra de soja 2020/21 enfrentou percalços em algumas áreas, com registro de distribuição irregular de chuvas que atrasou o início do cultivo. Ao longo da temporada, no entanto, as precipitações normalizaram e o La Niña está enfraquecendo, deixando as lavouras de soja em boas condições de desenvolvimento na maioria das áreas cultivadas.

Na reta final do cultivo da soja, os produtores devem ficar atentos e monitorar as áreas para conservar a sanidade das plantações. Já que o La Niña gerou uma tendência de tempo mais seco, as condições climáticas podem favorecer a incidência de pragas. Segundo Habe, os sojicultores devem se preocupar especialmente com o manejo da mosca-branca (Bemisia tabaci) e das lagartas do gênero spodoptera, que geralmente não são controladas pela biotecnologia presente nas sementes de soja Bt.

De acordo com ele, também é fundamental aprimorar o manejo de insetos-praga. Safras intermitentes de soja na primeira safra, seguida pelo cultivo de milho safrinha ou algodão fazem com que os insetos encontrem um prato cheio no campo para sobreviver durante todo o ano. “Com essa ponte verde, cada vez mais o produtor começa a safra com uma pressão muito grande de pragas”, afirma ele.

Os agricultores podem contar com duas tecnologias da Sumitomo Chemical para combater esses inimigos. A mosca-branca pode ser controlada com Epingle, um inseticida fisiológico com ação por contato e translaminar, capaz de impedir que ovos e ninfas da mosca-branca se desenvolvam.

No caso das lagartas spodoptera, elas representam um perigo no fim da safra porque atacam especialmente as vagens, ameaçando a colheita dos grãos de soja. O manejo pode contar com Abaday, inovação lançada pela Sumitomo Chemical em dezembro de 2020. “Abaday tem dois princípios ativos muito potentes que promovem choque e residual prolongado. É ideal quando o produtor precisa de um produto que realmente funcione para controlar lagartas em estágios mais desenvolvidos”, diz Habe.

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